Em construção. Praticamente um canteiro de obras.

Ao Tardes de Cinema


Tardeanos,

Desculpa se tem algum gay cristão aí... mas hoje meu desabafo hoje é, essencialmente anti-cristão.

Não tenho nem como comprovar cientificamente, empiricamente, estatIsticamente ou inconstituicionalíssimamente (pórran!) se países com menor taxa cristã - ou maior taxa de sem-religião - é mais aceitável a nós, gays. Sim. A nós. Vamos nos colocar nessa, galera? Pois bem. Somos gays, né? Somos? Cabe a cada um de nós raciocinar bem o que é ser gay hoje em dia.

Só um apanhado básico: Ser gay hoje em dia aqui no Brasil é saber que tenho 785% mais chances de ser morto no Brasil do que nos Estados Unidos. Ser homossexual no Nordeste é ter 80% mais chances que morrer do que em terras de lá do Sudeste. Mas, no Brasil, não existe homofobia, existe heterofobia. Amém.

Raciocinar? Por quê? Ah, meus lindos, por que essa derrota - um a zero pro 'Jair Bolor-narismo', ô glória! - é toda, todinha nossa. Estamos ocupados demais pra militância. Nós, homossexuais, estamos como um saco vazio: sem parar em pé. Estamos permissivos demais a valores conservadores, totalmente embolorados, num mundo de pura fantasia onde podemos ouvir confortavelmente o último lançamento de Lady-Gaga em nossos i-pods, trancados em nossos quartos, e aí daqui a muitos e muitos anos; morreremos, lindos e jovens, e Jesus (parecidíssimo com o Luz) virá do alto, com os quatro cavaleiros do apocalipse nos arrebatar. Claro. Papai, mamãe, e vovó nos apregoaram esses valores, né? Não vou nem ter o trabalho de questioná-los, vou pra San Sebastian que já deu minha hora e vou fey-shar!

Sempre tive uma atitude pacífica com relação aos evangélicos, e depois que a raiva passar, continuarei mantendo essa posição. Continuo não generalizando, tenho melhores-amigos evangélicos... No entanto, foi graças a uma bancada EVANGÉLICA fortemente armada (Bíblia Taurus 65 - Edição Almeida)... conseguimos perder mais uma.  

Hoje, com o perdão dos meus amigos de Jesus, i'm so sorry, mas eu não vou relativizar nada, não vou perdoar nada. Levei um cachação, um murro na cara com essa dos crentes. Hoje, uma bancada de filhas da mãe pressionaram a minha presidenta (vou teimar e ainda não quero perder a confiança em você, dona Rouseff), pra que um negocinho, simples, besta, bobagem mesmo; um tal de kit-anti-homofobia não fosse distribuído nas escolas do meu país pra ser discutido ('dis-cus-são', gente, ninguém falou em 'máquina-de-fazer-gay', tá?) em sala de aula. O movimento gay no meu país tem milhões de letras, LGBT, LGBTT, LGBTTT, LGBTTTI... e por aí vai, mas não temos - tô me colocando nessa - ainda nem moral pra sinalizar uma discussão sequer: chegam uns cristãos e pronto. Cabô. Nada dessa 'pouca-vergonha' nas escolas e fim de conversa... E por aí segue.

Fora cristandade do meu Brasil, fora cristandade-de-meia-pataca. Meus caríssimos gays, não fiquem nessa de Jesus é o Senhor. Jesus não tá nem aí pra vocês (ou será que tá com Bolsonaro & Co? Vai saber). Vão nas ruas, gritem, votem contra, façam o diabo. Eu sei que é difícil, fomos fundados com valores assim, adestrados nessa barca furada. Mas o tal Jesus de Nazaré não disse isso lá, pelo menos disseram que ele disse em João 18:36, que "O meu reino não é deste mundo [...]; entretanto o meu reino não é daqui"?... Se isso acontece, por quê diabos existe uma horrenda Frente Parlamentar Evangélica na política do meu país? Estado laico? Qual é a piada nova? Fora a todos eles! Fora, FORA a essa triste bancada neo-fascista bem disfarçadinha de religião.

Pra cada igreja-de-esquina erguida em Salvador (nos 3 primeiros meses de 2009, a SUCOM conseguiu conceder mais de 200 alvarás), podia ter na argamassa o sangue das travestis mortas e gays assassinados e humilhação direcionada aos gays.

"Beatificamos um papa, casamos o príncipe, matamos um mouro. Bem vindos à Idade Média". (André Setaro)

Não abraço,



Allan Castro

É Muita Subjetividade

É o signo de Leão quem manda em mim. Pelo menos no amor. Se, pra todos os efeitos, é meu escravo astral, pelo menos na minha situação essa abolição astrológica já ocorreu há muito, e é esse signo, na sua soberania leonina, quem manda. Leão simplesmente vem e impôe. Não vou te amar de volta. E não dá o braço a torcer. 

Não aguento mais posts apaixonados, melosos, de quem vai não vai. Cadê atitude?
Se bem que eu até tenho, mas é algo mais forte que a minha atitude que me impede de chegar lá. Que me paralisa, me converte todo em arrodeios. Arrodeios infindos, que duram mais de anos...

Quando fala comigo, desvio o olhar. Continua a olhar pra mim, eu finjo desprezo. Ouvimos músicas em comum no ônibus. Falamos de coisas levianas, de sonhos, de planos, que esperaremos se a inflação, a crise econômica no país vai possibilitar realizá-los.

Ouvi hoje Cazuza no banho. Quando penso que tudo é uma bagaceira e que nada mais serve, vem Cazuza e me sacode, me lembrando tempos de descoberta e de dor requentada. Cazuza, bradava tudo que sentia, como um menino mimado, como um cão feroz, uma fera indomada. Eu nem o amo, só amei quem amava Cazuza. Eis que ele foi o meu primeiro rival, e eu nem sabia.



Leão. Incluíram um tal de Ofiúco, que não me dou.

Cadê uma reforma astrológica que não tira de vez certos signos?