Eu sempre escrevo as postagens primeiro no bom e velho bloco de notas pra depois passar pro blog. Mania, hábito, sestro, sei lá o que é. Não sei, só sei que faço assim.
Enquanto postava o post anterior (postava o post soa redundante, né?), tive uma briga homérica com mainha. Detalhe: Vão se acostumando, por que eu chamo mainha e painho, nada mais baiano (engraçado é ver meu irmão grandão chamando 'ma-i-nhááá...', com melodia baiana). Coisa nossa.
Sim, tive uma briga da zorra. Rapaz, ela vem procurar minha carteira de trabalho nas minhas coisas, e começa a xingá-las. Xingar, pra quê tanto papel, bagaceira... essas coisas. Mas sabe, aquele tom pejorativo. Velho, ela não consegue controlar a pejoratividade que ela lança nas coisas: minha mãe é assim, se ela quiser derrubar alguém, faz isso com perfeição, né só a mim não. Precisa ver minha tia, a irmã dela. Deixa qualquer um no chinelo. Chééépo!
Caramba, parece que eu briguei por pouca coisa. Deve ter sido, mesmo. No final, minhas brigas com mainha sempre são por pouca coisa. É que mainha, quando quer, ela é triste. Ela, consegue, com maestria, esculhambar. Começou a pegar os papeis, detonando-os um por um. E eu não consigo muito controle. Detonei ela legal. E ela a mim. Um belíssimo zero a zero. Pior, saldo negativo. Eu com mágoa, ela com mágoa ao quadrado.
E eu também sei que eu guardo papel como a disgrama, mas ela é profunda. Eu sei, mães são profundas. É que a convivência é uma miséria, a gente acaba botando tudo pra fora numa discussão besta. Mainha sempre foi controladora como quê, tira isso daí, ajeita esse cabelo, que sapato horroroso, você vai assim com essa blusa, tá parecendo mendigo, comigo não anda assim, isso tá triste, pescoço fino da zorra, deus é mais. Sabe, cresci assim, mainha sem um pingo de autocrítica. Eu tenho lá meus problemas por conta disso, - beijo, Freud! - deve ser. Mas ela, pra detonar os outros, é um estalo de dedos, defeitão. 'Detonar' que eu digo não que ela seja uma fuxiqueira, uxe, longe disso. Ela é super franca. Até demais. Se for pra falar, ela não perdoa.
Agora vá qualquer cidadão da face da terra dizer que ela é isso ou aquilo. Rapaz, ela se ofende. Ela leva aquilo a sério, pro pessoal. De verdade. Já viu coisa pior que alguém que se ofende com qualquer coisa? Eu tenho dificuldade com esses melindres.
É engraçado que, quando a gente briga, eu digo que eu vou ser um pai maravilhoso, coisa e tal. Que eu vou, eu vou. Pelo menos vou tentar. Mas não tá vendo que é só enxame meu pra tirar onda com a cara dela, mesmo que indiretamente? Aonde que eu e meu filho - sim, eu terei um filho! - vamos ser essa maravilha toda. Até parece.
Mas sabe, eu só queria mesmo que mainha chegasse, de boa, conversasse, desculpa, olha, você também foi errado, pra quê isso comigo? Não. Ela NUNCA - sim, meus amores, nunca com Caps Lock - me pediu desculpa, nem a mim, nem a ninguém. Eu já pedi várias. Mainha tem um histórico de amarguras extenso demais pra pedir uma coisa tão boba e tão especial como 'desculpas'.
Eu a amo. Ela é difícil. E eu vim de dentro dela né? Filho de difícil, dificinho é.
(Tá bom, esse post compensa o do mês das mães que faltou...)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fique a vontade, você, anônimo, pra comentar. Mas ói sua vida, viu?