Em construção. Praticamente um canteiro de obras.

Reflexões Acerca d'Um Pen-Drive

Aprendamos.
Aprendamos a recomeçar. Isso mesmo. A recomeçar.

Tenho uma característica - que fui com certeza adquirindo com o tempo - que é aprender (ou ao menos tentar aprender) com pequenas coisas, coisas que parecem ínfimas.

Formatei meu PC. Ficou lindo, leve, solto, quase flutuando. A memória, uns setenta a oitenta por cento cheia, hoje não chega a dez. Meu vizinho, técnico em computação - se boa cerca faz o bom vizinho, viva também a política da boa vizinhança - me ajudou e formatou meu PC. Como de praxe, afinal já foram algumas formatações, guardo tudo num pen-drive e mando bala. Depois, é só descarregar tudo de volta. Dessa vez, como foi muito próxima da última formatação, nem teve tanta coisa assim pra guardar. Tá.

Na hora que ele começou a formatar, ele não viu que meu pen-drive tava no PC.

- Você tirou o pen-drive?
- Não.
- Menino, cê é doido é?... Mas acho que não formatou nada no seu pen-drive não. Só formatou o disco rígido mesmo.

Rapaz...Desgraça pouca é bobagem.
Demora alguns dias depois da formatação (hoje), coloco o pen-drive.

O disco ainda não está formatado. Deseja formatá-lo agora?
(sim) (não)

Hã? Como assim?

*tenso*

Liguei uma coisa com a outra...
ÊÊÊ-TÁ POOOORRA!!!

Perdi tudo no pen-drive. Tudo. TU-DO.
Tá, mas como uma perda de dados besta de um pen-drive merece uma postagem no blog? Que infantilidade!

Não, não é. Perdi tudo. Quando me refiro a tudo, é tudo. Arquivos que levaram anos pra juntar, fotos, documentos importantes, pesquisas, favoritos salvos... e as fontes... Ah, as fontes! Minhas fontes, que tanto me gabava de tê-las, várias fontes caras, que conseguia de graça, nas minhas maluquices com o Google. Fora os projetos, rascunhos inteiros de projetos, catálogos de pós-graduação, informações importantes, dicas de ganhar dinheiro, minhas coisas, minhas coisinhas, meu mundinho. Uma parte de mim, foi, pá. Numa formatação.

E aí tive pensando. Como tanta coisa importante - por que era importante - foi tudo num mísero pen-drive? Uma coisa que podia perder, e pam, já era? Como pude atribuir tanta coisa importante a isso? Como um objeto bobo se tornou algo tão prioritário? Como a tecnologia nos escravizou a tal ponto, de uma parte da minha vida ficar num presa a um pen-drive?

É nisso que eu procuro aprender. Aprender a recomeçar, sempre. Aprender a não dar valor a um pen-drive. Aprender o desapego (difícil). Aprender que é necessário, formatar as coisas fúteis, a deletar o que não presta, a apagar o que realmente não é importante. Hoje, tenho certeza que não vou usar setenta por cento do que tá lá. Mas precisei dessa formatada da vida.

Por que a vida é assim. De repente você tem que estar preparado pra ser formatado por dentro.



4 comentários:

  1. Meninuuuuuu...
    Essa formatação doeu em mim.... Qta coisa perdida..[buábuábuá]... não sei o q faria s fosse comigo...

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  2. lembrei desse caso essa semana, qdo perdi meu caderno com TODAS as anotações IMPORTANTÍSSIMAA...=[[[[[

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  3. Eu fiquei refletindo, né?
    a tecnologia realmente tem nos escravizado de certa forma.
    Olha quantos sentimentos não foram dispertos neste simples acontecimento, quantas reações até mesmo fisicas não ocorreram?!
    É, a tecnologia tem avançado tanto que hoje celulares, pen-drives, computadores, mp3 e etcs, parecem ter virado uma extensão dos nossos corpos. prova disso:
    um dia sem internet
    uma semana sem celular
    ou esse texto que lemos.
    De repente a conexão do msn cai, vc fica nervoso, xinga, fica irritado.
    Uma vez minha mãe falou, puxa ficar sem celular é como se faltasse um membro do meu corpo. O.o
    Isso tá ficando grave!!!


    ps: adorei seu blog Allan. Escrver é uma delicia

    bjosss

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  4. AOIUGSIUOAGPFUGIOPGOIF'' Puts se acontecesse isso comigo (SE EU TIVESSE PEN) eu me matava -qq
    IOUAFIOUCSFIOUDFSDOUISDISDFI''

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